segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

SOMOS FEITOS DE LAÇOS, SOMOS FEITOS DE HISTÓRIA

Onde começa tudo isso? Nossa história? Um casal que engravida. Sim,mas o casal possuía por sua vez sua própria história, iniciada quando outro casal havia engravidado. Que por sua vez era fruto da história de outro casal, e só não direi assim por diante, já que se trata de um retrocesso no tempo que se perde na história do próprio homem. Eis aí a essência do que faz do homem esse animal diferenciado do resto da natureza. Um animal que tem consciência, que é determinado pela história e ao mesmo tempo é capaz de construir, de criar sua própria trajetória.
Voltemos ao casal. Que poderia estar feliz ou poderia estar infeliz, poderia se amar, poderia estar junto ou separado, será que teriam planejado aquela gravidez, teria sido para eles uma surpresa, nesse caso bem-vinda, ou não, teriam se emocionado, se abraçado, ou teriam recebido a notícia com angústia, teriam sentido medo da vida que não sabiam como seria, teria ela, a mãe ficado sozinha, e nesse caso sentido medo e desamparo? Estaria o casal numa situação financeira estável ou confortável, ou estariam eles desempregados, e nesse caso sentiram-se inseguros, teriam pensado em abortar a criança? Queriam menino ou menina? O que passaram a imaginar sobre seu filho? O que desejaram para ele, que planos construíram para a criança, que nome lhe deram...
Poderíamos continuar imaginando nosso casal em cada momento dos tantos momentos que tiveram para viver em suas vidas com seu filho, desde que tiveram a notícia ou confirmação da gravidez, até cada semana da gestação, depois no parto, teria sido normal, cesário, a criança, como teria vindo ao mundo? E que mundo a teria recebido?
Somos feitos de laços, somos construídos nos laços,esses que se criam entre os casais, entre pais e filhos, entre as pessoas. Desde o primeiro toque, o primeiro olhar, as primeiras palavras, as primeiras sensações. E pela vida afora, somos feitos desses laços...

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

SE SEU NOME NÃO ESTAVA NA LISTA...

No telejornal, a reportagem abordava o tema: “O que fazer quando seu nome não está na lista de aprovados do vestibular?” Os diversos especialistas, todos da esfera didática, aconselhavam que se fizesse um balanço de pontos fortes e fracos e, a partir daí, se traçasse uma estratégia. Os depoimentos de vestibulandos enfatizavam a persistência, a necessidade de mais horas de estudo e menos lazer. Para, então, de uma próxima vez, conseguir o resultado almejado. Indagado pelo repórter acerca de como saber a hora de desistir – como se “a hora de desistir fosse um momento lógico e natural em todo percurso, como se apenas a dúvida consistisse em saber o momento exato de fazê-lo – um professor salientou o quanto era importante saber se este era o “seu sonho”. Se era o “seu sonho”, então que não desistisse.
Bem, a mim me chamou a atenção que não foi mencionada a necessidade de cada um olhar para si mesmo, procurar se conhecer melhor. Será que este jovem que está reincidindo em reprovações, geralmente para o mesmo curso, não estaria precisando fazer uma parada para se questionar um pouco? Permitir-se entrar na zona de conflito neste caso é fundamental... Ainda que nos traga algumas dificuldades. O filósofo Heráclito, ao utilizar a metáfora do rio onde a água nunca é a mesma, já nos mostrava que a vida é movimento constante.
Portanto, se você não foi classificado no vestibular, faça, sim, uma auto-avaliação, onde você foi bem, onde não foi bem, mas vá além disso. Pense o que estava em questão para você naquele vestibular, pense se você já alcançou uma certa clareza sobre quem você é e o que você quer para a sua vida. Digo uma certa clareza, já que estas são as questões que permeiam nossa vida, e em cada fase dela estaremos nos perguntando e nos respondendo de novo. Nunca saberemos o suficiente... Daí porque é de se duvidar de quem não tem dúvida...

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011