quarta-feira, 22 de junho de 2011

terça-feira, 21 de junho de 2011

O DISCURSO DO REI

O filme “O Discurso do Rei” é tocante. Talvez porque dele se espere, a princípio, o rei, sua realeza, seus discursos...e nos deparemos com o homem, sua simples, banal e não menos conflituada realidade humana. O personagem principal é um futuro rei atormentado por suas angústias, temores e por seu sintoma: a gagueira. Albert não se sentia capaz de ocupar o trono da Inglaterra. E era notório a todos que sua gagueira o impedia de assumir o lugar do pai, o rei falecido.
O filme aborda, com riqueza e sensibilidade, a relação terapêutica. Naquele contexto, a relação de um terapeuta da voz, ou fonoaudiólogo, e seu paciente. Mas bem poderia tratar-se da relação de um psicólogo e seu paciente, ou do médico com seu doente. A realidade mais íntima da prática clínica, esta que se apóia na determinação e na vontade de dois, daquele que ali está para curar, para escutar,acompanhar e daquele que ali está para ser ouvido, curado. Caminhada repleta de momentos difíceis, impasses, a desafiar as técnicas e os conhecimentos. Albert e seu terapeuta precisaram renovar a cada novo momento de sua relação a coragem e a vontade de ir adiante, a confiança em si mesmo e no outro, a capacidade de persistir frente aos obstáculos que se criam, às resistências frente ao risco da mudança.Sim, porque o sintoma, no caso a gagueira, por mais que representasse para Albert todo o empecilho e obstáculo, ao mesmo tempo era o conhecido. Os sintomas são sempre formações de compromisso com o propósito de
lidar com a realidade. Linda a cena em que Albert, no auge de sua angústia, grita, dirigindo-se ao terapeuta, que o provoca :”Porque eu tenho voz.”
É também assim numa psicoterapia ou numa análise. Falar, ser ouvido, recuperar sua voz, seu discurso, sua verdade. Encontrar vias mais autênticas, verdadeiras de sermos nós mesmos. Às vezes, inclusive com nossos sintomas. Outra cena interessante do filme é aquela em que o rei consegue, encorajado por seu terapeuta, fazer seu discurso, pontuado de longas pausas que, desta vez, não são pausas de bloqueio, e sim de retomada de um novo ritmo que ele imprime ao seu discurso. O terapeuta, ao cumprimentá-lo, olha-o com um olhar risonho e diz: “Você gaguejou ainda num ponto.” E o rei responde: “ Sim, eu precisava mostrar que era eu mesmo...”
Recomendo “O Discurso do Rei” como inspiração a todos os que lutam para superar suas dificuldades, para acreditar que são capazes, para assumir aquilo que são. E especialmente aos que pensam seguir as profissões clínicas, como Psicologia, Fonoaudiologia, Fisioterapia, Medicina, e outras. Ou àqueles que vivem o cotidiano da clínica, como eu.
A seguir, uma entrevista com o ator Colin Firth, que fez o rei. O ator,falando em seu personagem, diz que “ é comovente, porque não é só a dificuldade, mas a coragem com que ele lida com a dificuldade.” E assim é a vida. Provoca-nos a lidar corajosamente com nossas dificuldades.

ENTREVISTA COM O ATOR COLIN FIRTH, DE "O DISCURSO DO REI"

quinta-feira, 9 de junho de 2011

AS DECISÕES E A CONSTRUÇÃO DA VIDA

Por que é tão difícil decidir? Há quem se culpe por ser “indeciso”, embora saibamos que ninguém fica isento de tarefa tão carregada de impasses e angústias como esta. Não há no mundo quem jamais tenha varado uma noite insone a refletir sobre futuras decisões. Ou mesmo passado dias corroído pela dúvida ou pelos temores de uma decisão errada. Muitos dos momentos marcantes da nossa vida são construídos em torno de importantes decisões. Tomadas ou evitadas, bem sucedidas ou nem tanto... Imagino que o primeiro lampejo ou faísca de humanidade tenha se acompanhado de algo comparável a uma decisão...
As decisões mudam a vida ou a própria vida se constrói no curso das decisões. Eis aí um dos motivos pelos quais elas são tão difíceis, na maioria das vezes. Porque elas definem rumos, definem nossos lugares, os papéis que passaremos a assumir, a cara que mostraremos ao mundo.
Nossas escolhas sempre nos levam a caminhos contraditórios, onde inevitável será o encontro com o ganho, a conquista, por um lado, e, por outro, com a perda. Por isso, também, é tão trabalhoso esse processo. Ele nos obriga a elaborar nossas perdas, fazer um luto pelo que deixamos para trás ao optarmos por algo. Sempre há o que deixar para trás. De certa forma, alguma parte de nós resta com aquilo que ficou. Se não damos conta disto, não escolheremos bem, não seremos felizes em nossas decisões.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

domingo, 5 de junho de 2011

O ENEM E O SENTIDO DO VESTIBULAR

Com a abertura das inscrições para o ENEM, parece tornar-se mais séria, mais comprometida a trajetória de quem pretende uma vaga na universidade. O ato da inscrição vem a validar intenções, e o próprio sentido de estar estudando para o vestibular. É uma “cutucada” na tendência que temos a fingir que o tempo não passa.
Os vídeos abaixo tratam das tendências de mercado no Brasil e no futuro. No mundo das tecnologias e da informação, é sem dúvida sempre importante manter-se atualizado em relação ao que o mundo está pedindo hoje dos profissionais. Mas vale lembrar que o mercado se movimenta, transforma-se de acordo com as mudanças do homem, dos modos de produção, do contexto histórico. Estar atento e consciente do contexto histórico em que se vive é base de toda e qualquer intervenção que se pretenda fazer neste contexto. Bem, é fundamentalmente para isto que nos tornamos profissionais. Para intervir, modificar nosso contexto. Fabricar nossa história.

quinta-feira, 2 de junho de 2011