O indivíduo e suas aventuras são uma invenção da Modernidade. A história pessoal,
o destino individual, as escolhas e a liberdade para escolher, a montagem própria da vida, as singularidades e todas essas premissas ditas básicas do way of life modernista e liberal. Toda esta essência da era moderna vem avançando, no tempo, em velocidade assustadora, de forma que o que vivemos hoje, não sabemos bem como nomear ou significar. Há os que dizem que somos pós-modernos. O que sabemos é que nos distanciamos de tal forma das referências tradicionais que baseavam as sociedades pré-modernas, que o resultado é a desorientação e o desamparo. Navegamos sem bússola.
Talvez por isso busque-se tanta orientação, aconselhamento, no mundo de hoje. É o que se oferece por todo lado. Artistas de TV aconselham, locutores de rádio, jornais e revistas, profissionais de todas as áreas, o facebook, a novela, o livro de auto-ajuda (existe auto-ajuda?), a humanidade desbussolada precisa avistar um rumo.
Os testes, que avaliam e medem os mais variados fatores de comportamento, “você é competitivo?” “você está estressado?” “descubra seu estilo”, “trace seu perfil profissional”, parecem ser uma via de preencher este vazio de convicções, e a própria dificuldade que hoje as pessoas tem para elaborar qualquer definição, quanto mais em relação aos rumos a tomar, já que os roteiros se diversificam e se modificam com tanta rapidez...
A escolha profissional acontece nesse contexto difícil. A Orientação Vocacional bem conduzida é um processo através do qual o orientando obtém uma noção mais clara a respeito de sua identidade, reconhece seus valores, interesses e aptidões, relacionando esse conhecimento à realidade do mundo onde ele vai aplicá-lo. Sentindo-se pronto,assim, para ocupar seu lugar na sociedade. Tal como os navegadores que outrora fortaleceram-se e encorajaram-se para enfrentar os perigos dos mares porque levavam consigo suas bússolas.
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