Por que é tão difícil decidir? Há quem se culpe por ser “indeciso”, embora saibamos que ninguém fica isento de tarefa tão carregada de impasses e angústias como esta. Não há no mundo quem jamais tenha varado uma noite insone a refletir sobre futuras decisões. Ou mesmo passado dias corroído pela dúvida ou pelos temores de uma decisão errada. Muitos dos momentos marcantes da nossa vida são construídos em torno de importantes decisões. Tomadas ou evitadas, bem sucedidas ou nem tanto... Imagino que o primeiro lampejo ou faísca de humanidade tenha se acompanhado de algo comparável a uma decisão...
As decisões mudam a vida ou a própria vida se constrói no curso das decisões. Eis aí um dos motivos pelos quais elas são tão difíceis, na maioria das vezes. Porque elas definem rumos, definem nossos lugares, os papéis que passaremos a assumir, a cara que mostraremos ao mundo.
Nossas escolhas sempre nos levam a caminhos contraditórios, onde inevitável será o encontro com o ganho, a conquista, por um lado, e, por outro, com a perda. Por isso, também, é tão trabalhoso esse processo. Ele nos obriga a elaborar nossas perdas, fazer um luto pelo que deixamos para trás ao optarmos por algo. Sempre há o que deixar para trás. De certa forma, alguma parte de nós resta com aquilo que ficou. Se não damos conta disto, não escolheremos bem, não seremos felizes em nossas decisões.
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