segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O SALTO DE MAURREN MAGGI

Ao queimar o salto na prova do mundial de atletismo, a atleta Maurren Maggi decepciona-se com o próprio desempenho e, entre lágrimas, diz que “não treina pra
isso”, que esta teria sido uma prova “pra esquecer”, e que teria que ficar sem mais uma medalha em seu currículo.
Fico pensando. Ela diz que não treina pra isso,ou seja, para obter um resultado inesperadamente ruim. Mas se não houvesse a possibilidade de obtê-lo – o mau resultado- por que, então, treinaria? E se ela realmente esquecer este seu momento, do que ele lhe teria valido? Talvez para lembrar a ela que, apesar de seu destaque e brilhantismo, ela é uma atleta tão humana quanto qualquer outra, e por isso, sujeita a ganhar e perder.
Assim é com a vida. Se o sucesso nos fosse garantido, talvez nosso empenho não tivesse valor. Se a vida fosse feita só de bons momentos, como poderíamos valorizá-los? Podemos, como fez Maurren Maggi neste seu desabafo, negar nossos limites, esses que nos fazem humanos. Negar que nossa humanidade está inscrita em todas as nossas possibidades, mas também em nossos limites. Mas não iremos longe com isto...
É obtendo um feliz arranjo de nossas contradições que daremos o melhor salto...

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