sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
ACORDOS COM O TEMPO
Tempo, tempo, tempo... Faço um acordo contigo... A música de Caetano é uma trilha sonora propícia na virada do ano. Momento para lembrar que somos passageiros do tempo.
Digo lembrar, porque é preciso que nos deparemos com estas ocasiões, marcos da passagem do tempo,para que o hábito, a rotina, o suceder dos dias apressados, do trabalho que enche as horas, das coisas que repetimos, daquelas que não vemos, das que não ouvimos, sejam apanhados quase que numa surpresa, num dia em que a emoção invade nosso jeito de olhar para a vida.
Ficamos a fazer acordos com o tempo, a nos fazer promessas, a caçar desejos do fundo de nós mesmos, a querer fazer um foco diferente para o nosso olhar, montar estratégias,
dar corda para a esperança, para a imaginação...
Diminuímos a velocidade da viagem, não resistimos a dar uma olhada para trás, o vento batendo nos nossos rostos, e a visão de tudo que estamos deixando, o movimento que nos envolve, e , então, olhamos para a frente, para onde estamos indo... Para onde estamos indo? E fazemos novos acordos com o tempo...
FELIZ 2013!
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
SEM DATA MARCADA
O prazo final para realizar a inscrição para o vestibular da UFRGS se aproxima. O prazo coloca um limite datado para um processo interno que, sabemos, não tem como ser tratado com essa precisão. Um processo que é o de reconhecimento de si, de uma verdadeira reedição de si, que se dá na adolescência, e que coincide com assumir-se em vários sentidos, inclusive fazendo uma opção profissional.
Claro que a vida inclui os prazos, as burocracias, as provas. A aptidão para todos esses desafios que a vida nos propõe, no entanto, é desenvolvida num caminho que é sempre singular, e não tem hora nem data marcada. Este caminho pelo qual nos vamos construindo. É preciso respeitar este ritmo característico de cada um, que foi imprimido pela história de cada sujeito, por este contexto que é sempre individual, tem seus próprios indícios, seus próprios entraves, suas consequências próprias.
Este é o meu recado para aqueles que estão, às vésperas das inscrições, angustiados por ter de cumprir prazos. A essência de tudo isto, a construção de si mesmo, de uma identidade, de um projeto de vida, é algo muito maior. Inscrever-se para o vestibular, escolher uma profissão, é bom que se faça realmente assumindo nossa diferença.
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
domingo, 12 de agosto de 2012
AQUI É O MEU LUGAR
Fui ao cinema para ver Woody Allen, mas por um engano de horário o filme que passava era ' Aqui é o meu Lugar', do diretor italiano Paolo Sorrentino. Tomei o acontecido como um indício de que ali poderia ser o meu lugar... Logo nas primeiras cenas cheguei a duvidar, tal o estranhamento que me causou a imagem de Sean Penn, diferente de todas as suas atuações. Uma máscara. Maquiagem carregadíssima, lábios pintados, cabelão armado, roupas e botas pretas. O personagem, um roqueiro aposentado que, apesar disso, carregava sua figura intocada pela passagem do tempo. Algo de uma indefinição o marcava. A voz, de um timbre não qualificável, não era masculina. Nem mesmo feminina. O andar, lento e balançado, fazia o personagem parecer movido em câmera lenta. O roqueiro brilhantemente interpretado por Sean Penn apresenta-se logo de início como um depressivo, em sua fala lenta e monótona, sua carência de esperança, de atitudes, de desejo. Seu quase apagamento, salvo pela relação com a mulher, que trata de sublinhar, a todo tempo, as possibilidades de vida e de relação com o desejo. Linda trajetória da personagem, que, ao se defrontar com a morte do pai, com quem não se relacionava desde a juventude,toma para si mesmo o desejo do pai, assumindo assim sua identificação com ele e, através de uma verdadeira viajem, fazer a transição para o mundo adulto. Numa cena linda do filme, ele diz que um dia se tem que escolher um momento da vida para não se ter medo.
É disto que o filme nos fala. Da coragem de criar um itinerário próprio, de assumir um destino próprio,de assumir-se além da máscara.
sexta-feira, 27 de julho de 2012
quinta-feira, 26 de julho de 2012
A PRINCIPAL CARACTERÍSTICA
Um vídeo sobre informação profissional,com o título "Qual a principal característica que um jornalista deve ter?". Ao assistí-lo, não me surpreendi com a diversidade de respostas dos vários profissionais entrevistados, apesar da promessa indicada no título apontar para a distinção de uma única e principal característica...
Fiquei pensando em como nossa tendência simplificadora e carente de respostas que nos apaziguem a angústia frente ao incerto, ao que não conhecemos ou não sabemos como será... Sim, porque por mais que estejamos esclarecidos acerca de uma futura profissão, não há o que nos salve de viver a insegurança frente ao futuro, o medo de "errar", não existe meio de evitar essa condição humana. Viver tem, entre outras conotações, esta de nos arremessar ao incerto, ao duvidoso, ao desconhecido. Inclusive de nós mesmos, já que estamos sempre em movimento, nos transformando, aprendendo,nos surpreendendo.Ainda bem, pode-se dizer...
É bem por isso que não existe nem pode existir a tal característica principal de um determinado profissional, seja qual for a profissão. Ainda bem, pode-se dizer, porque é assim que podemos contar, numa mesma área profissional, com uma diversidade de estilos, diferentes técnicas, conduções diferentes, abordagens diversas. Um mesmo profissional, inclusive, em momentos diferentes de sua carreira, terá desempenhos diferentes, e imprimirá à sua técnica o resultado de sua vivência, de seu aprendizado e de suas condições naquele momento. Assim como podemos salientar em cada profissão, tantas características importantes, ou mesmo alguma que a princípio não estivesse aí listada, que, dependendo de como fosse explorada pelo profissional, pudesse se converter numa importante característica...
Mais importante do que salientar uma qualidade principal para o desempenho de um papel profissional, me parece, sem dúvida, pensar sobre o que nos leva à identificação com este papel. E sobre a importância de, ao invés de seguir clichês ou lugares-comuns, de nos abrirmos para as possibilidades sempre ricas de vivenciar o exercício profissional de um modo singular, que tem a nossa cara, o nosso jeito.
segunda-feira, 2 de julho de 2012
ESCOLHA, DÚVIDA E CERTEZA
A possibilidade da escolha é justamente um marco no amadurecimento de todos nós. Desde crianças, a promessa de ter acesso à liberdade de escolher nos era feita. Já que nenhum de nós escolheu nascer, escolheu o próprio nome, em que condições viria ao mundo, as próprias bases ideológicas que embasariam nossa educação, é claro que não escolhemos. Estivemos, podemos dizer, submetidos, determinados por uma conjuntura que nos antecedeu e que nos deu origem. Ansiamos por fazer nossas próprias opções. E, na infância, imaginamos que a possibilidade de escolher é uma chave que nos conduz a um mundo de liberdade e sucesso.
Quando, então, nos deparamos com as primeiras, experimentamos também a incerteza, a angústia, o receio de perder, ou mesmo o sentimento de perda que as acompanha, inevitavelmente. Pois a opção que não fizemos, esta fica perdida. É então que nos vemos aprendendo que a escolha diz de nossa condição de sujeitos. Estes, que ganham e perdem. Estes que anseiam pelas certezas e são tão cheios de dúvidas. É com isto que temos que nos ver.
Fantasiamos, muitas vezes, que a escolha nos conduzirá à certeza. Como negar que este seria o ideal? Que pudéssemos nos cercar de certezas. Já Descartes preocupava-se com esta questão. E para resolvê-la, obrigou-se a lançar mão de Deus. Pois do que podemos nós, humanos, estar certos de verdade? A certeza, a verdade absoluta, pertencem a um terreno ideal. Nós, seres humanos, desde Freud, descobrimos que somos divididos entre consciência e inconsciência. Este saber absoluto, completo, que tem a ver com a certeza, não podemos alcançá-lo.
É com isto que temos que nos ver, quando escolhemos. Com esta liberdade que é a que podemos ter. Escolher assumindo os riscos, as perdas, bem como os ganhos e alegrias que venham com nossas escolhas.
domingo, 10 de junho de 2012
terça-feira, 29 de maio de 2012
VAZIO DE SENTIDO
Alguém me procura, dia desses, pedindo-me que indique a seu filho, que se prepara para concursos, um livro sobre competição. Fiquei um tanto surpresa com a solicitação,
prometi pensar no assunto e dar-lhe uma resposta. Estudar para concurso. Que concurso? Muita gente hoje estuda para concurso, e é simplesmente isso. Algo assim um tanto vago, que é bem diferente de estar se preparando para um determinado processo seletivo, o que significa ter em mente um certo objetivo, uma meta com a qual a pessoa se identifique, algo que prometa ao menos fazer algum sentido. Vejo que muitas dessas pessoas encontram-se como numa espécie de limbo, um vazio de significação que as impele a agarrarem-se nesta meta, a preparação para concursos. Assim, algo que é dito de forma bem genérica, sem delimitação alguma: estudar para concurso. Certamente há um vazio a preencher. Vazio de sentido, talvez.
Antes da Modernidade o sentido do viver estava pré-determinado, o destino dos homens era dado por herança. Com a invenção do indivíduo e da liberdade, os pós-modernos são seres criadores do próprio destino, o estilo e as metas pessoais são constantemente escolhidos, e a identidade, longe de corresponder a uma noção estável, torna-se reciclável. É de se compreender a angústia que possa trazer esta responsabilidade de se recriar o tempo todo, de lidar com perspectivas cada vez menos previsíveis.
O rapaz em questão intuiu que era preciso aperfeiçoar-se na arte de competir. Para ser aprovado, selecionado. Parece que sua preparação embasa-se no objetivo de alcançar ou ultrapassar o outro. Este outro que, hoje, parece ser ameaçador.
Fiquei pensando em tudo isso. Talvez por nunca ter nutrido simpatia ou mesmo interesse pela competição, o que certamente não me deixou impune a certas experiências menos felizes, eu diria – fato que a pessoa que me fez a solicitação, que parecia tão animada por referir-se à competição, afinal tão intrínsica, é verdade, ao mundo em que vivemos, capitalista e globalizado, certamente ignorava por completo.
O que engatilhou todas essas reflexões foi a frase: Ele estuda pra concurso. Trouxe-me uma sensação de que este rapaz estuda assim sem norte, sem direção, e que talvez seja assim mesmo que ele se sinta. Foi buscar nos livros sobre competição a segurança que só poderia obter olhando mais para si mesmo...
domingo, 29 de abril de 2012
quinta-feira, 12 de abril de 2012
O NAVEGADOR E SUA BÚSSOLA
O indivíduo e suas aventuras são uma invenção da Modernidade. A história pessoal,
o destino individual, as escolhas e a liberdade para escolher, a montagem própria da vida, as singularidades e todas essas premissas ditas básicas do way of life modernista e liberal. Toda esta essência da era moderna vem avançando, no tempo, em velocidade assustadora, de forma que o que vivemos hoje, não sabemos bem como nomear ou significar. Há os que dizem que somos pós-modernos. O que sabemos é que nos distanciamos de tal forma das referências tradicionais que baseavam as sociedades pré-modernas, que o resultado é a desorientação e o desamparo. Navegamos sem bússola.
Talvez por isso busque-se tanta orientação, aconselhamento, no mundo de hoje. É o que se oferece por todo lado. Artistas de TV aconselham, locutores de rádio, jornais e revistas, profissionais de todas as áreas, o facebook, a novela, o livro de auto-ajuda (existe auto-ajuda?), a humanidade desbussolada precisa avistar um rumo.
Os testes, que avaliam e medem os mais variados fatores de comportamento, “você é competitivo?” “você está estressado?” “descubra seu estilo”, “trace seu perfil profissional”, parecem ser uma via de preencher este vazio de convicções, e a própria dificuldade que hoje as pessoas tem para elaborar qualquer definição, quanto mais em relação aos rumos a tomar, já que os roteiros se diversificam e se modificam com tanta rapidez...
A escolha profissional acontece nesse contexto difícil. A Orientação Vocacional bem conduzida é um processo através do qual o orientando obtém uma noção mais clara a respeito de sua identidade, reconhece seus valores, interesses e aptidões, relacionando esse conhecimento à realidade do mundo onde ele vai aplicá-lo. Sentindo-se pronto,assim, para ocupar seu lugar na sociedade. Tal como os navegadores que outrora fortaleceram-se e encorajaram-se para enfrentar os perigos dos mares porque levavam consigo suas bússolas.
o destino individual, as escolhas e a liberdade para escolher, a montagem própria da vida, as singularidades e todas essas premissas ditas básicas do way of life modernista e liberal. Toda esta essência da era moderna vem avançando, no tempo, em velocidade assustadora, de forma que o que vivemos hoje, não sabemos bem como nomear ou significar. Há os que dizem que somos pós-modernos. O que sabemos é que nos distanciamos de tal forma das referências tradicionais que baseavam as sociedades pré-modernas, que o resultado é a desorientação e o desamparo. Navegamos sem bússola.
Talvez por isso busque-se tanta orientação, aconselhamento, no mundo de hoje. É o que se oferece por todo lado. Artistas de TV aconselham, locutores de rádio, jornais e revistas, profissionais de todas as áreas, o facebook, a novela, o livro de auto-ajuda (existe auto-ajuda?), a humanidade desbussolada precisa avistar um rumo.
Os testes, que avaliam e medem os mais variados fatores de comportamento, “você é competitivo?” “você está estressado?” “descubra seu estilo”, “trace seu perfil profissional”, parecem ser uma via de preencher este vazio de convicções, e a própria dificuldade que hoje as pessoas tem para elaborar qualquer definição, quanto mais em relação aos rumos a tomar, já que os roteiros se diversificam e se modificam com tanta rapidez...
A escolha profissional acontece nesse contexto difícil. A Orientação Vocacional bem conduzida é um processo através do qual o orientando obtém uma noção mais clara a respeito de sua identidade, reconhece seus valores, interesses e aptidões, relacionando esse conhecimento à realidade do mundo onde ele vai aplicá-lo. Sentindo-se pronto,assim, para ocupar seu lugar na sociedade. Tal como os navegadores que outrora fortaleceram-se e encorajaram-se para enfrentar os perigos dos mares porque levavam consigo suas bússolas.
quinta-feira, 5 de abril de 2012
sábado, 17 de março de 2012
segunda-feira, 12 de março de 2012
ATITUDE
Um dos objetivos de uma psicanálise ou mesmo de uma psicoterapia é que o sujeito consiga fazer seus próprios arranjos, libertando-se de suas determinações, dos destinos que sua história lhe traçou; ao invés de cumprir o que lhe havia sido escrito, ele então escreve com letra de seu punho. Cria, inventa, não sem reconhecer suas possibilidades e seus limites. Importante dizer que essa apropriação do seu próprio desejo inclui uma responsabilidade, uma missão ética.
Na vida, essa mudança de curso é essencial. Essencial é dar esse arranjo próprio ao nosso destino. Aí é que nos engajamos no viver. O encontro com nosso desejo requer algo mais para que nos humanizemos. Requer a ética da responsabilização.
O vídeo abaixo nos apresenta uma comovente cena exemplar do compromisso com a responsabilidade. Assumir o seu querer não é tudo. É preciso o engajamento na atitude.
Na vida, essa mudança de curso é essencial. Essencial é dar esse arranjo próprio ao nosso destino. Aí é que nos engajamos no viver. O encontro com nosso desejo requer algo mais para que nos humanizemos. Requer a ética da responsabilização.
O vídeo abaixo nos apresenta uma comovente cena exemplar do compromisso com a responsabilidade. Assumir o seu querer não é tudo. É preciso o engajamento na atitude.
domingo, 11 de março de 2012
sexta-feira, 9 de março de 2012
sábado, 25 de fevereiro de 2012
O COMEÇO E O FIM
Dizem que o ano realmente começa quando termina o carnaval. E aí já nos deparamos com a dialética questão dos começos e dos finais. E da própria vida. Ao término de uma etapa, iniciamos outra fase, a ponto de não conseguirmos precisar, muitas vezes, onde é o começo, onde é o final. Início e fim se misturam como que a se combinar determinando sensações e emoções que também se mesclam e tornam esses momentos às vezes difíceis de definir, explicar ou entender. Seus limites são tênues. Se o começo nos enche de ansiedade e pode suscitar temores frente às surpresas do desconhecido, o final se apresenta quase como um veredito, é um real diante do qual só temos que nos render. Se o começo logicamente deve anteceder o final, não há começo que não comece após um final. A dialética do tempo, da vida... Inícios levam a términos, e términos fazem brotar inevitavelmente algo de novo, e assim, recomeçamos.
É assim que neste momento não sabemos bem se estamos terminando (as férias, o ano passado, um de nós que já não seremos...) ou se iniciando (um novo ano, um novo projeto, um de nós que nem bem conhecemos). Que estejamos, então, dispostos a encarar a verdade do final, e a emoção surpreendente do começo. É assim que a vida flui...
É assim que neste momento não sabemos bem se estamos terminando (as férias, o ano passado, um de nós que já não seremos...) ou se iniciando (um novo ano, um novo projeto, um de nós que nem bem conhecemos). Que estejamos, então, dispostos a encarar a verdade do final, e a emoção surpreendente do começo. É assim que a vida flui...
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
O CÉU É O LIMITE
No vídeo abaixo, da UNICEF, um adolescente moçambicano sonha em ser piloto. O pai o queria mineirador, mas ele lança seu olhar para o céu, e, tal como uma criança, corre pelo campo imitando o vôo de um avião. Para ele, ser piloto se traduz nesta imagem que é de uma pureza infantil, na qual ele é o próprio avião-pássaro de asas abertas, neste movimento que ele, é provável, associe com a liberdade de inventar seu próprio vôo, construindo um projeto diferenciado do destino que o pai havia lhe traçado. A imagem é inspiradora e mesmo comovente, porque nos convida a pensar em nossos próprios sonhos, esses para os quais o céu é o limite...
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
domingo, 29 de janeiro de 2012
ESCOLHAS FELIZES
Entrei na locadora disposta a escolher alguns filmes. Sem a listinha. Sim, importante esta listinha, fruto da minha pesquisa prévia, com os filmes premiados ou destacados nas críticas especializadas. Passo os olhos pelo grande acervo classificado em gêneros.
A busca exigirá paciência e não me eximirá do risco já bem conhecido de ser iludida pelas primeiras impressões, ou por indícios como premiações, elenco, direção, o título sugestivo, ou a opinião do jovem funcionário que assiste filmes para orientar os clientes: “ – Este é o tipo de filme em que o cara dá um giro de 360° na vida”, me diz ele... Fico pensando que o personagem do filme fez um giro inútil... Ficou no mesmo lugar... Em seguida ele me fala de um ator que está despontando em Hollywood que está estrelando vários filmes. “Este é um tipo auto-ajuda...” Não posso dizer que eu tenha alguma simpatia pela auto-ajuda, e com esta última observação do meu esforçado e simpático ajudante, ao vê-lo ocupado com algumas outras pessoas, decido me independizar e seguir minhas próprias intuições. Basear-me em meu conhecimento, minhas experiências, meus gostos e meus interesses. Seleciono, então, um filme de cada um dos três gêneros que são meus favoritos e saio feliz com a escolha. Ao assistir os filmes, depois, tive parcialmente confirmada minha intuição. Um deles, a comédia, não me agradou. Ao fazer uma escolha, tornamo-nos responsáveis por seus desdobramentos. A questão é que escolher sempre é um processo permeado por dúvidas, incertezas e receios. Fazemos melhor quando valorizamos menos as listas, as opiniões alheias, e mais, muito mais, nossa intuição, nosso desejo, nossa bagagem histórica, nossos valores, interesses e gostos. E se a identidade é sempre uma questão pensada, repensada, definida e redefinida, que, ao longo da vida, nunca terá um fechamento definitivo ou uma conclusão, levar em conta quem a gente é parece ser mesmo o mais importante para se fazer um escolha feliz...
A busca exigirá paciência e não me eximirá do risco já bem conhecido de ser iludida pelas primeiras impressões, ou por indícios como premiações, elenco, direção, o título sugestivo, ou a opinião do jovem funcionário que assiste filmes para orientar os clientes: “ – Este é o tipo de filme em que o cara dá um giro de 360° na vida”, me diz ele... Fico pensando que o personagem do filme fez um giro inútil... Ficou no mesmo lugar... Em seguida ele me fala de um ator que está despontando em Hollywood que está estrelando vários filmes. “Este é um tipo auto-ajuda...” Não posso dizer que eu tenha alguma simpatia pela auto-ajuda, e com esta última observação do meu esforçado e simpático ajudante, ao vê-lo ocupado com algumas outras pessoas, decido me independizar e seguir minhas próprias intuições. Basear-me em meu conhecimento, minhas experiências, meus gostos e meus interesses. Seleciono, então, um filme de cada um dos três gêneros que são meus favoritos e saio feliz com a escolha. Ao assistir os filmes, depois, tive parcialmente confirmada minha intuição. Um deles, a comédia, não me agradou. Ao fazer uma escolha, tornamo-nos responsáveis por seus desdobramentos. A questão é que escolher sempre é um processo permeado por dúvidas, incertezas e receios. Fazemos melhor quando valorizamos menos as listas, as opiniões alheias, e mais, muito mais, nossa intuição, nosso desejo, nossa bagagem histórica, nossos valores, interesses e gostos. E se a identidade é sempre uma questão pensada, repensada, definida e redefinida, que, ao longo da vida, nunca terá um fechamento definitivo ou uma conclusão, levar em conta quem a gente é parece ser mesmo o mais importante para se fazer um escolha feliz...
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